sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

O PRAZER DE UMA COLETÂNEA

Coletânea (ou Greatest Hits, como preferir) é sempre um bom negócio para a gravadora: é só juntar todas as músicas de um artista/banda que tocaram nas rádios em um único cd, adicionar algumas inéditas para servir de chamativo e voilà! Boa vendagem na certa. 

Claro que para o público é também muito apreciável. Você finalmente vai ter o cd com todas as músicas que você gosta de fulano. É como se fosse um especial de rádio ou da MTV. Ou se você não conhece muito a banda, é a oportunidade para ter em mãos só a nata das canções. Mas há algo que muito me encanta em algumas coletâneas: o sentimento de nostalgia e celebração que elas me trazem. 

O disco que mais escutei em 2008 foi justamente uma dessas: The Singles 1997-2007 de Natalie Imbruglia. Uma década da minha vida está nesse cd. Desde “Torn” (sua primeira canção) até a atual “Glorious” (uma das músicas que mais me põe pra cima nesse mundo), estão lá mais do que simples hits, mas a vivência e a memória de diversas fases da minha vida. “Wishing I Was There” tem o sabor dos meus treze anos, já “That Day” me remete a momentos de reflexão e solitude, assim como a melancólica “Counting Down The Days” é da minha época mais sentimental. 


Ouvindo este disco (que num primeiro instante não me interessou muito, já que tinha ouvido até furar todos os singles da Natalie) eu revisitei os espaços mais pessoais da minha memória, revivendo sensações e resignificando momentos que muito me fazem ser quem sou hoje. Mais do que lembranças de algo que vivi, todas estas canções são testemunhas e veículos de uma vida interior e um amadurecimento pessoal deste que vos escreve. Reescutá-las nesta coletânea é dialogar com um antigo Eu e reestabelecer coisas que não devo deixar para trás, o meu processo de aprendizado como ser humano. É acertar as contas com o que passou, é re-sentir bons sentimentos, é respirar o ar dos dias, é compreendê-los e estar pronto para futuro. Enfim, um momento de epifania. 

 A coletânea traz ainda inéditas que apontam uma nova fase musical para Natalie, como em “Against The Wall”, que tem uma sonoridade meio britpop/indierock, um tipo de música que me leva a muitos lugares também. Glorious: The Singles 97-07 é uma celebração do passado, do agora a que ele conduziu e do presente que está por vir. 

Um comentário:

  1. and isn't it incredible?
    he's the boy who fell out with the sun, and got stuck on the moon...

    hehehhe...

    vorrrta, Mirrto!

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