quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Natalie Imbruglia "renasce" em novo álbum

Se tivesse que definir o novo álbum de Natalie Imbruglia com apenas uma palavra, seria maturidade. Depois de mais de dez anos desde seu último disco de inéditas, Come To Life, a bela cantora retorna com um trabalho cheio de relevos, e com a firmeza de quem possui mais de duas décadas na música.

É aquela maturidade que só se adquire com a experiência, com os altos e baixos da carreira, e com momentos na vida que nos fazem evoluir. Nestes últimos dez anos, Natalie teve um álbum excelente cancelado no Reino Unido, passou por um bloqueio criativo, afastou-se da indústria, retornou com um álbum de covers (Male), tornou-se mãe solo, trabalhou com diversos músicos e retomou sua confiança como compositora.

Seu novo trabalho, lançado em setembro pela BMG, traz uma aura de renascimento que não teria título mais apropriado para a obra: Firebird, a ave que ressurge das cinzas.

“Se está caindo, deixe cair”, diz ela na faixa que abre o álbum, a positiva “Build It Better”, para logo depois emendar “quando tudo desabar, você tem que construir tudo melhor”. E foi o que ela fez.

Há certo ar de triunfo neste disco, como expresso na segunda faixa “Nothing Missing”, composta com KT Tunstall, que traz a pegada pop-rock noventista que tornou Natalie um sucesso internacional na época. No entanto, a australiana também vocaliza suas fragilidades, como nas acústicas “Just Like Old Times” e “When You Love Too Much”, inegavelmente um de seus pontos fortes como cantora.

Na segunda parte do álbum, Imbruglia explora novas sonoridades, fruto da excelente parceria com Romeo Stodart, da banda The Magic Numbers. O resultando são faixas mais próximas do rock alternativo, como “Human Touch” e “Change of Heart”.

A versatilidade da artista ainda está presente em canções como a doce “What It Feels Like”, a radiofônica “On My Way’, a oitentista “Maybe It’s Great” e a pesada “Dive To The Deep”, onde revela outra de suas facetas como compositora, a obscuridade de muitas de suas músicas.

Firebird tem um equilíbrio difícil de se atingir, Natalie consegue soar ao mesmo tempo familiar e diferente, frágil e empoderada, repassando o passado e explorando o novo. Os fãs com certeza poderão identificar um pouco de cada álbum anterior dela ao longo das faixas, além da segurança vocal e a interpretação sensível da australiana.

Parece que o tempo fez muito bem para ela, não somente em sua beleza, que continua jovial e encantadora, mas também musicalmente, onde evidencia estar em seu auge. Como a mesma diz na misteriosa faixa que dá nome ao álbum, “o tempo para mim apenas começou”.

Que assim seja!

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