sexta-feira, 12 de setembro de 2014

10 anos de "The Tension and the Spark"

Há exatamente 10 anos atrás, Darren Hayes lançava "The Tension and the Spark", seu segundo álbum solo, após o fim do Savage Garden. Hoje eu percebo como naquela época, com apenas 19 anos, eu não tinha nem conhecimento nem maturidade suficientes para entender este álbum. Mas, foi conhecendo este trabalho que pude aprender.

"The Tension and the Spark" é um álbum conceitual. Sem perder a veia pop que sempre possuiu, Darren Hayes tentou algo diferente, explorando a música eletrônica, e conseguiu o CD que se tornou um divisor de águas na sua carreira.


Na primeira música do álbum, a suave "Darkness", a primeira frase cantada já mostra que este não é um disco como os outros: "Tenho estado tanto tempo sob o chão", diz ele, revelando que o passado é algo a ser superado.

Ao longo de 13 faixas, Hayes faz uma correlação entre sons, luminosidades e estados de ânimo. Em outras palavras, ele tenta relacionar música, luz/escuridão e sentimentos. Ou ainda, uma sinergia entre audição, visão, coração e mente.

Frutos de meses de terapia, tentando superar uma depressão, as letras do álbum são praticamente as sessões realizadas com o psicólogo, em forma de poesia. "Você descobre que o monstro do qual esteve correndo é o monstro em você", diz ele ainda em "Darkness".


A contraposição entre obscuridade e claridade, suavidade e desconforto, dor e alívio, negação e aceitação, razão e emoção, percorrem todo o álbum. Isto fica explícito em títulos antagônicos para as músicas, como "Light" e "Darkness", "Feel" e "Void", ou ainda "Popular" e "Unlovable".

O álbum se encerra com a introspectiva "Ego" (embora "introspectivo" seja um termo redundante para este disco), no qual Hayes percebe que o ego é nada mais que "um mar sem fim de vaidade".

Embora Darren tenha perdido muitos fãs com este trabalho, que estavam acostumados com músicas mais acessíveis a qualquer ouvido, "The Tension and the Spark" é sem dúvida um álbum de cabeceira, daqueles para se ouvir atento, em momentos consigo mesmo. 

Mesmo assim, o disco rendeu ao cantor o primeiro #1 da sua carreira solo, com o remix de "Popular", que chegou ao topo da parada dance da Billboard. Uma marca impressionante para um trabalho tão pouco comercial!

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