a história de uma morte musical anunciada

Essa é a história de uma morte anunciada, que chega ao fim após meses minguando por meio de contínuos cancelamentos e carência de informação. Que poucos ouviram ou tiveram notícias, apesar da atenção deste e de muitos blogs e sites na internet, sobre o novo álbum de Natalie Imbruglia, poucos (não muitos) sabem. Que Natalie era uma cantora que, infelizmente, esteve a perder notoriedade ao longo do tempo, é percebível. Que o seu talento e a boa produção de seus álbuns sempre foram inegáveis, é seguramente coerente dizer. Mas o que quase ninguém conhece, apenas os fãs mais antigos, são os bastidores de sua carreira, marcada por longos períodos de intervalo entre os seus trabalhos, constantes problemas com sua gravadora e, nestes últimos tempos, uma desastrosa tentativa de seguir de forma independente, com um álbum que poderia estar hoje entre os mais vendidos, mas que graças a uma quase nula divulgação, repleta de atrasos e ausência de informação, foi jogado no fogo (como diria uma das canções de Natalie).

Come To Life era uma boa investida que pretendia recuperar o nome de Natalie Imbruglia, com o excelente apoio de artistas como Chris Martin (Coldplay) e produtores como Ben Hillier e Brian Eno. Mas pouco se ouviu sobre este álbum, e hoje confirma-se que Imbruglia abandonou por tempo indeterminado sua carreira musical para dedicar-se a outros projetos (com os quais sempre a dividiu). O lançamento do álbum e do novo single no Reino Unido e na América foram suspensos (o disco saiu somente em alguns países da Europa o ano passado), deixando o público mais uma vez com uma interrogação de "por onde anda Natalie Imbruglia", e a música pop sem uma artista competente em fazer boas canções (que pela falta de divulgação pouco são ouvidas), mas que nunca soube dar um rumo definitivo para sua carreira.

Não foram as portas que não se abriram para Natalie, foi ela que as fechou.

♫ Para ouvir: "Cameo"